quinta-feira, 7 de junho de 2012

oh k rotcha nú kê bo boca!
m sabê k el tem tud frase
m sabê k el tem tud sabor...
kónd bo te tcham bshti bo boca, tão rotcha nú
ka tem ropa k m te podê shkui...
aonte m dál um bshtid de folh,
góshturdia dám vontade de tchám quse nú sima kêl ê...
ess rotcha trançód k ess nú
ê um trança k inda m k kabá de bshti...
mandám tud bush mantenha
tud bush recód, um mar chei de espuma,
um qualquer minut soluçód,
atê um estranhésa, atê um bafatada... mandám ish maor, ish calor,  ish suor, um fim de linha, um tristeza... mandám!!!
ma mandám recód pe bá bshti bo boca
pe bá lobedá ness estrela, ness montanha... mandám!
m te dób um, dosh... m te dób um carrada de ropa pe bo boca má, tchál nú pe m bá bshtil tud dia, tud hora...
bo uvim?
pô bo oreia lissim, pô!
põ tchám contób dish cosa ê k te movêm, dish cosa k te trazêm li, k te fazêm andá, k te fazêm cantá...
má dposh...
tchám bshti bo boca, tão rotcha nú!

sábado, 7 de abril de 2012

dez da matina

eu estou apaixonada... apaixonada por um sentimento que é nobre e apaixonante. estou apaixonada por um sorriso escondido, por um rosto encoberto... estou apaixonada por um par de brincos, uma cena estranha... uma onda confusa que arrebata, que canta... por um devaneio de correr atrás do autocarro cinco, serenar o peito na entrada do portão daquele lugar. credo!!! estou apaixonada por aquilo que já... passou por mim, pela boca que já beijei, pelo passado que passou, pelas dez horas da matina, pelo encontro sorrateiro. apaixonada pela espera que espero todos dias a partir daquele em que deixei sair o sentimento pelos póros.

não tenho limites... eu já sabia que apaixonar-me-ia pelas coisas que recostei naquele canto... apaixonada pelo espelho que devora tua imagem, pela linguagem que identifica tua habilitação... isso é apaixonar-se por tudo... ser um tudo ou nada... ser acelerada...

não, não disse que não estaria aqui... não disse que não voltaria...
não. não pensei em voltar...

mas, apaixonada devoro a língua... apaixonada escrevo poesia e assino com calma de amor... apaixonada sou mais criança... apaixonada tenho alma e ela grita... apaixonada sonho sonhos coloridos, com fitas no cabelo, com laços nas blusas... apaixonada sou estrela, mãe da lua (comadre da minha mãe)... apaixonada não páro...

exagerada? apaixonada não quero mais que peito para descansar, não quero mais que linha para andar, não quero mais que coisas banais... apaixonada sou tão normal que acabo sendo eu mesma.

e cenas assim acontecem com mortais, com poetas, com serenidade, com sorriso... cenas assim encantam...

cenas assim sou eu...

amanhã

vou andar por aí agora...
vou escutar coisas que talvez não escutes...
amanhã quando voltar, de manhã e com o olhar sereno,
escutarás coisas que talvez não escutei...

sei que trarei um poema
sei que serei mulher
sei que terei a pele, o perfume, sei que não serei jasmim, que não cheirarei a rosas...
cheirarei à lua dormida, à lua passada de um dia para o outro...

... é assim o cheiro a mulher...
cheiro de lua!!!

hoje sairei...

e amanhã, de regresso... continuarei mulher...
bambolearei as ancas, sorrirei... terei ventre de fazer menino e menina... terei delícias, carícias, pele... terei gemidos e seriedade...
serei criança para que a vida abençoe meu sorriso...

amanhã!!!

segunda-feira, 5 de março de 2012

um deus

Era uma vez um Deus…
Seus olhos pareciam duas luas minguantes…
Tinha ele estrelas e
trazia-me como encomenda um punhado de brilho
com que cobria a vida de cada vez que abria, na minha direcção,
suas luas.
Era o Deus de todos os dias…
O Deus de todas estas emoções reais…
Meu Deus de histórias cantantes, de lábios de mel…
Meu Deus de bailados alucinantes e luas no olhar…

O Deus da minha pele...

sábado, 7 de janeiro de 2012

coloquei música na vitrola

... e então a lua, que tanto brilhava, deixou de estar no céu...

mas veio do vento, do sol, da própria brasa...veio este EU que abre a alma, este EU que se renova. veio de coisas inexpliáveis esta vontade de ressurgir de entre cada escombro, a vontade de pentear o cabelo e ser esta Afro, a vontade enlouquecida de arregaçar as mangas de um sorriso pleno e flutuar com a vida. veio de todas as core...s nas quais acredito, esta vontade de enfeitar as coisas, de pendurar uma flor aqui e ali, descombinar a bolsa com a cor das unhas...sentir as calças coladas às pernas e...rsrsrsrrsrsrsr...
veio do ventre do mar e cantares de gaivotas toda a serenidade que acelera, de novo, tudo o que há no peito.
enfeitei, sim, minha casa toda...fita amarela na porta, flor vermelha no cabelo...porque sim! porque não morremos quando precisamos matar um amor. porque padecer não pode ser o lema de vidas assim...
coloquei música na vitrola...não é triste. tirei o pó do baloiço e caminhei em direcção às alegrias que ali guardava.
menina, batuquei na mesa e o sol apareceu, espreitando com medo...mandei entrar! cantarolamos e vestimos blusa laranja. parecia até uma pintura. não pintei os olhos. os outros que vejam como sou natural...
esqueci as sandálias, mas não doeram os pés. escrevi nas paredes sem ligar ao português...
plantei uma semente e reguei as crescidas, pintei as coisas úteis de verde e...
vivo aqui agora!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Não consigo alcançar esta linha que prende minhas emoções todas ao teu sorrir

não deixarei todo o amor

Entreabro coisas que
duvido se teriam sem ti...
abro reticências
enumero linhas dos meus poemas.
Tenho palavras que enloquecem-se
guardo sensações que desconheces.

Amanhã, abrirei a manhã
contarei histórias que não mais voltarás e escutar,
tocarei uma canção da qual esquecerás
letra e melodia,
tocarei tua pele num tom iluminado e
voltarás a esquecer,
beijarei tua boca como nunca e deixarás de saber
qual o meu gosto,
escreverei um diário de amor e as palavras deixarão de
existir em ti...

Amanhã, amor, descansarei na rede
repousarei o amor entre dedos, entre delícias que
esquecerás,
tocarei teu rosto em gesto quieto...

farei tudo amanhã
por saber que não voltarás depois...

Deixarei uma frase.
não deixarei todo o amor...