Não consigo alcançar esta linha que prende minhas emoções todas ao teu sorrir

não deixarei todo o amor

Entreabro coisas que

duvido se teriam sem ti...

abro reticências

enumero linhas dos meus poemas.

Tenho palavras que enloquecem-se
guardo sensações que desconheces.

Amanhã, abrirei a manhã
contarei histórias que não mais voltarás e escutar,
tocarei uma canção da qual esquecerás
letra e melodia,
tocarei tua pele num tom iluminado e
voltarás a esquecer,
beijarei tua boca como nunca e deixarás de saber
qual o meu gosto,
escreverei um diário de amor e as palavras deixarão de
existir em ti...

Amanhã, amor, descansarei na rede

repousarei o amor entre dedos, entre delícias que

esquecerás,
tocarei teu rosto em gesto quieto...

farei tudo amanhã

por saber que não voltarás depois...

Deixarei uma frase.

não deixarei todo o amor...

ANGELINA

Enquanto houver luz,
enquanto houver lua e tua mão
for meu caminho...
amarei todos os dias
nascerei em todas as vidas

Abotoei-lhe o coração

Há aqui um poema
rabisquei-o sem pensar no motivo

Decorei a alma
pintei a porta de amarelo

Abotoei-lhe o coração
(não preciso dele)

cosi-lhe a boca
(por onde anda teu beijo?)

Arranquei a flor da janela
apaguei a cor da parede...

Escrevi teu nome em todos os cantos...
são muros que não transponho!

Ai de mim

Ai de mim
que acalenta-se no colo da lua
à espera do amor em teus braços...

madrugo querendo escutar teu som...


Ai de mim
que a saudade consome sem, sequer, ter piedade
desta folha quieta que balança
no peito meu

dias

todos os dias nasce o mesmo sol
o mesmo sol se põe...

todos os dias a lua vem serena quando deveria vir serena
e morre aos poucos quando é isso que deve acontecer

todos os dias faço esta tatuagem estranha na pele

todos os dias tenho esta marca que conheço há séculos

todos os dias divago nas minhas memórias tentando encontrar um ponto divergência...

aí, dou por mim

tentando saber porque motivo não mais te delicias com meu sorriso

todos os dias...

como se minha vida fose o nascimento do mesmo sol

a morte da mesma lua

desde o dia em que, simplesmente, deixaste meu céu limpo de estrelas,

desprovido de deus...

retalhos

e se teu amor chegasse
seria estranho o meu sentir...
seria ardente o meu viver...
seria tudo o que sempre quis
mas não saberia o que dizer, o que fazer...

talvez corresse, talvez ficasse tao quieta que te fosses embora
talvez mordesse os lábios com medo
de declarar aquilo que sinto e partisses com medo de tanto querer

aquele deus que plantei algures tentendo ser tua
aquela cancão que mal balbuciei

tudo isso seria para mim
retalhos

se teu amor chegasse...

Angelina, meu Amor

Num dia qualquer da vida imaginei que jamais poderia sentir esse AMOR...
Hoje sei que ele existe...
O MEU AMOR