sábado, 7 de janeiro de 2012

coloquei música na vitrola

... e então a lua, que tanto brilhava, deixou de estar no céu...

mas veio do vento, do sol, da própria brasa...veio este EU que abre a alma, este EU que se renova. veio de coisas inexpliáveis esta vontade de ressurgir de entre cada escombro, a vontade de pentear o cabelo e ser esta Afro, a vontade enlouquecida de arregaçar as mangas de um sorriso pleno e flutuar com a vida. veio de todas as core...s nas quais acredito, esta vontade de enfeitar as coisas, de pendurar uma flor aqui e ali, descombinar a bolsa com a cor das unhas...sentir as calças coladas às pernas e...rsrsrsrrsrsrsr...
veio do ventre do mar e cantares de gaivotas toda a serenidade que acelera, de novo, tudo o que há no peito.
enfeitei, sim, minha casa toda...fita amarela na porta, flor vermelha no cabelo...porque sim! porque não morremos quando precisamos matar um amor. porque padecer não pode ser o lema de vidas assim...
coloquei música na vitrola...não é triste. tirei o pó do baloiço e caminhei em direcção às alegrias que ali guardava.
menina, batuquei na mesa e o sol apareceu, espreitando com medo...mandei entrar! cantarolamos e vestimos blusa laranja. parecia até uma pintura. não pintei os olhos. os outros que vejam como sou natural...
esqueci as sandálias, mas não doeram os pés. escrevi nas paredes sem ligar ao português...
plantei uma semente e reguei as crescidas, pintei as coisas úteis de verde e...
vivo aqui agora!